A Revolução do Consumo nos EUA: Desvendando o Fenômeno do Gasto Desenfreado
Economistas Perplexos Diante da Onda de Gastos Recordes e Mudanças nas Prioridades dos Consumidores Americanos
Nos Estados Unidos, uma onda de “consumo desenfreado” tem desconcertado economistas, que se esforçam para compreender e prever para onde essa tendência inesperada pode levar. Em um contexto de taxas de juros elevadas, poupanças limitadas e inflação persistente, os americanos estão gastando dinheiro em níveis sem precedentes. O paradoxo se acentua quando se observa a percepção geral dos consumidores sobre a economia, que permanece esmagadoramente pessimista.
“Chaves para Compreender a Febre do Consumo nos EUA”
- Poupar mais: Normalmente, após grandes crises, a economia experimenta uma recuperação nas poupanças e nos gastos dos consumidores. Entretanto, o aumento pós-pandemia das despesas fiscais nos EUA superou o crescimento que se seguiu a qualquer outra recessão desde a década de 1970. Isso se deve, em grande parte, ao aumento “sem precedentes” nas poupanças acumuladas pelas famílias americanas, impulsionado pela resposta fiscal ágil do governo dos EUA à pandemia.
Pacotes de estímulo injetaram diretamente 5 bilhões de dólares na economia dos EUA, levando os americanos a poupar cerca de 2,3 bilhões de dólares em 2020 e 2021. Apesar de parte dessas reservas ter sido utilizada, muitos ainda têm dinheiro em reserva e estão dispostos a gastá-lo, mesmo em meio a incertezas econômicas.
Novas Prioridades
Os segmentos mais jovens e de classe média alta lideram esse fenômeno de consumo. Apesar de não serem necessariamente abastados, esses consumidores têm recursos suficientes para cobrir suas necessidades e indulgências, como viagens e itens de luxo. O uso crescente de plataformas “compre agora e pague depois” também contribui para esse aumento nos gastos.
A força desse consumo, mesmo em meio a dias sombrios da pandemia, surpreendeu especialistas. A mudança de prioridades parece ser intuitiva em um período de incertezas, onde as pessoas focam no presente e no curto prazo. Em meio a mudanças comportamentais no trabalho e na vida, as pessoas optam por priorizar sua felicidade e diversão, desafiando as tendências econômicas convencionais.
Malcolm Harris, autor de “Palo Alto: A History of California, Capitalism, and the World,” destaca a importância dos fatores intangíveis frequentemente ignorados nas análises econômicas. Mudanças qualitativas na vida profissional, associadas a salários que não acompanham a inflação e traumas da pandemia, são elementos cruciais para entender esse fenômeno.
Fonte: https://www.bbc.com