De Varejo e Logística a Seguradoras: Os 4 Setores da Bolsa Impactados pela Força do El Niño no Brasil
Analistas do Citi destacam os efeitos diretos e indiretos do El Niño, o mais intenso dos últimos 25 anos, que pode se estender até maio de 2024.
Com a intensificação do fenômeno El Niño, que se estende até maio de 2024, o mercado financeiro e analistas têm aumentado o monitoramento dos impactos em diferentes setores da economia. O El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico em intervalos irregulares, está causando uma série de consequências no Brasil, desde secas prolongadas até chuvas intensas em regiões variadas.
Baseado no histórico do El Niño e no que já está ocorrendo no atual cenário, o Citi destacou sete setores da Bolsa de Valores brasileira que são afetados, direta ou indiretamente, por esse fenômeno. A seguir, exploraremos esses setores:
1. Utilities (Empresas de Energia)
O Citi prevê alta volatilidade nos preços da energia, o que pode beneficiar empresas que operam hidrelétricas, como Eletrobras e Copel. Além disso, a Eneva pode se beneficiar, mas em menor medida. O El Niño tende a afetar o regime de chuvas, aumentando as chuvas no Sul e reduzindo as chuvas no Norte/Nordeste, enquanto eleva as temperaturas em todo o país.
2. Açúcar e Grãos
Os preços dos grãos podem ser impactados pelo El Niño, com expectativa de preços mais baixos devido à recuperação na região produtora no Sul do Brasil e custos mais baixos de insumos. A stentos pode ser beneficiada, mas a SLC pode enfrentar incertezas climáticas na região do Matopiba.
No caso do açúcar, o El Niño deve levar a novas reduções nas colheitas mundiais devido a padrões climáticos secos e erráticos nas regiões produtoras na Ásia, o que pode resultar em preços mais saudáveis a curto e médio prazo.
3. Alimentos e Bebidas
Produtores de suínos e aves devem se beneficiar com preços mais baixos de soja e milho. No entanto, 60% da produção de carne bovina do Brasil vem das regiões Centro-Oeste e Sudeste, que sofrerão impactos mistos do El Niño. Quanto ao arroz, a seca na Ásia deve impulsionar os preços, beneficiando empresas como a Camil.
4. Varejo
O El Niño pode trazer maior volatilidade climática, impactando os varejistas de vestuário e resultando em vendas nas mesmas lojas voláteis e descontos mais elevados. Isso aumentará a pressão sobre a margem bruta das empresas do setor, afetando especialmente as que possuem maior exposição à moda feminina, como Lojas Renner, C&A e Soma.
Esses são os setores destacados pelo Citi como suscetíveis aos efeitos do El Niño no Brasil. O fenômeno climático pode ter implicações significativas em várias áreas da economia e dos mercados financeiros, e os investidores devem estar atentos a esses fatores ao tomar decisões de investimento nos setores mencionados.