Itaú Revisa Projeções para 2024
Banco ajusta expectativas em meio a mudanças no cenário internacional e fatores domésticos
Em seu mais recente relatório de projeções para 2024, o Itaú revisou algumas estimativas-chave, destacando uma redução na projeção da taxa de câmbio, uma visão mais otimista para a taxa Selic e ajustes nas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dólar em Foco
O Itaú ajustou sua projeção para a taxa de câmbio, passando de R$ 5,25 por dólar para R$ 4,90 por dólar em 2024. O economista-chefe do banco, Mario Mesquita, atribui essa revisão a um cenário internacional mais favorável, com o Federal Reserve (Fed) iniciando cortes de juros mais cedo no ano. Essa medida visa aliviar a esperada redução do diferencial de juros e, consequentemente, enfraquecer o dólar globalmente. No entanto, Mesquita ressalta que a perspectiva de um desempenho superior da economia dos Estados Unidos pode limitar a valorização do real em relação ao dólar no próximo ano.
Cenário Fiscal e Política Monetária
Quanto às questões fiscais, o relatório destaca que a meta de resultado primário de 2024 permanecerá em zero, pelo menos no curto prazo. Os riscos fiscais, no entanto, continuam elevados devido à incerteza sobre a disposição do governo em contingenciar despesas e ao impacto efetivo das medidas aprovadas este ano. O Itaú revisou as expectativas de déficit primário para 2023 e 2024, refletindo principalmente o deslocamento no tempo e a classificação integral como gasto primário do pagamento de precatórios e de receitas extraordinárias esperadas. O banco mantém a projeção de crescimento do PIB em 2,9% e 1,8% em 2023 e 2024, respectivamente.
Inflação e Selic
Quanto às projeções de inflação, o Itaú reduziu a estimativa para o IPCA em 2024 de 4% para 3,6%. Essa revisão considera o impacto do câmbio mais apreciado sobre bens comercializáveis e a dinâmica mais benigna do núcleo de industriais subjacentes devido aos estoques ainda elevados. Para 2025, a projeção aponta inflação acima da meta, em 3,5%. Em relação à taxa básica de juros, a Selic, que deve encerrar 2023 a 11,75%, a expectativa agora é que atinja 9% ao final do ciclo de cortes em 2024, refletindo a perspectiva de inflação menor do que anteriormente esperado e o alívio no cenário externo.
As revisões do Itaú refletem a dinâmica complexa e em constante mudança dos mercados financeiros e econômicos. As projeções ajustadas levam em consideração fatores globais e locais, sinalizando a importância de uma análise abrangente para compreender as expectativas para o próximo ano.