Dólar Sobe Impulsionado pela Reforma Tributária e Fed

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (5), influenciado por uma série de fatores que geram incertezas nos mercados. Investidores ao redor do mundo aguardam a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, em busca de novas pistas sobre o rumo das taxas de juros no país. Além disso, no cenário doméstico, as atenções estão voltadas para a reforma tributária, que enfrenta impasses e ainda não teve seu avanço garantido.

Por volta das 13h40, o dólar registrava alta de 0,32%, cotado a R$ 4,8554. No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,67%, vendida a R$ 4,8400. Com esse resultado, o dólar acumula altas de 1,07% na semana e no mês, enquanto apresenta queda de 8,30% no acumulado do ano.

A divulgação da ata do Fed é aguardada com expectativa pelos investidores, uma vez que a última reunião do banco central norte-americano manteve as taxas de juros inalteradas. No entanto, o comunicado do Fed indicou a possibilidade de futuras altas nas taxas caso a inflação se mantenha persistente. Essa perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos tende a elevar o rendimento dos títulos públicos do país, considerados investimentos seguros. Como resultado, há uma migração global de investidores para esses títulos, o que impacta negativamente moedas de países emergentes, como o real brasileiro.

Além das expectativas em relação ao Fed, o mercado também está atento aos indicadores econômicos divulgados na China, que apresentaram resultados abaixo do esperado. O PMI do setor de serviços, que reflete as expectativas do mercado para esse setor, registrou uma queda, ampliando as preocupações sobre a desaceleração da economia chinesa.

No âmbito interno, o destaque continua sendo a reforma tributária, que enfrenta dificuldades para avançar devido a impasses e resistências. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem como objetivo votar a reforma até sexta-feira, mas ainda há questões em aberto. Além das questões de mérito relacionadas aos detalhes da reforma, a ausência de liberação de emendas parlamentares tem sido um ponto de atrito entre governo e parlamentares, gerando frustração e prolongando as negociações.

Com essas incertezas tanto no cenário internacional quanto no doméstico, o mercado financeiro se mantém atento a novos desdobramentos e aguarda por mais clareza nas perspectivas econômicas e políticas que possam influenciar o valor do dólar frente às demais moedas e os rumos da economia brasileira.