Vendidos em dólar, comprados em emergentes: a tese de 6 gestoras
Ibiuna Investimentos, Verde Asset, Kapitalo, Genoa Capital, Kinea e UBS apontam para o enfraquecimento do dólar ante moedas de países em desenvolvimento.
A expectativa de um possível fim do ciclo de alta de juros em algumas economias desenvolvidas, aliada às surpresas de inflação em desaceleração, tem impulsionado uma tendência entre gestoras independentes brasileiras. Empresas como Ibiuna Investimentos, Verde Asset, Kapitalo, Genoa Capital, Kinea e UBS estão alinhando suas estratégias para aproveitar o enfraquecimento do dólar em relação a moedas de países emergentes. Neste artigo, exploraremos a visão dessas gestoras e como estão posicionando suas carteiras diante desse cenário.
Tese de Investimento das Gestoras
Ibiuna Investimentos: A Ibiuna Investimentos destaca que a combinação de surpresas de inflação em desaceleração e a perspectiva de alívio monetário nos Estados Unidos tem levado a quedas nas curvas de juros globais, enfraquecendo o dólar. A gestora observou benefícios em seu portfólio, especialmente nas posições aplicadas em juros de países emergentes e desenvolvidos, assim como nas posições vendidas em dólar e compradas em moedas de países latino-americanos com juros elevados.
Verde Asset: A Verde Asset, sob a gestão de Luis Stuhlberger, revela estar praticamente zerada em dólar contra o real. A gestora mantém uma posição comprada na rúpia indiana contra o renminbi chinês e aumentou a posição no peso mexicano contra o euro.
Kapitalo: A Kapitalo aumentou as posições compradas no real, no iene japonês e na coroa norueguesa. Reduziu posições vendidas no peso colombiano e compradas no peso mexicano e dólar australiano. A gestora também se manteve vendida em euro, yuan chinês e baht tailandês.
Genoa Capital: A Genoa Capital aposta na alta do real contra o dólar americano e uma cesta de moedas. Está comprada no peso mexicano e no florim húngaro, enquanto está vendida no euro contra o dólar americano. A gestora revela apostas táticas nos juros nominais do Chile, da Colômbia e do México.
Kinea: A Kinea destaca o maior controle inflacionário dos emergentes como fator determinante para o brilho dos ativos de risco nesses mercados. A gestora acredita que a queda das taxas de juros impulsionará fortemente esses ativos.
UBS: O UBS já havia indicado um posicionamento neutro em moedas historicamente fortes, como euro, libra esterlina e franco suíço. Mantém o dólar americano como moeda de menor preferência e o iene japonês como a de maior preferência.
Perspectivas para a América Latina
O Goldman Sachs projeta que a América Latina deverá manter um certo equilíbrio em 2024, com progressos na inflação e realinhamento de metas nos Bancos Centrais da região. Apesar de alguns cortes moderados nas taxas de juros, o ambiente permanece desafiador, exigindo disciplina das autoridades fiscais e monetárias.
Conclusão e Opções para Investidores
Para investidores interessados em exposição a mercados emergentes, fundos multimercados oferecidos por gestoras como as mencionadas neste artigo representam opções interessantes. Além disso, fundos de índice, como o iShares JPMorgan USD Emerging Markets Bond ETF (EMB), negociado em dólar na Nasdaq, proporcionam diversificação em títulos do governo de países emergentes. Vale ressaltar que investir em mercados internacionais pode requerer conta em corretora global.