Itaúsa (ITSA4) mantém estratégia de não utilizar proventos do Itaú Unibanco (ITUB4) para redução de dívida
Neste artigo, exploraremos os motivos por trás dessa decisão e analisaremos as perspectivas financeiras da Itaúsa.

A Itaúsa (ITSA4), uma das principais holdings brasileiras, reafirmou sua estratégia de não utilizar os proventos provenientes do Itaú Unibanco (ITUB4) para reduzir sua dívida. Mesmo após a conclusão da venda de sua participação na XP (XPBR31), a empresa continuará repassando integralmente os dividendos aos acionistas.
Utilização de recursos da venda da XP para redução de alavancagem
A Itaúsa iniciou a redução de sua participação na XP em 2021, utilizando os recursos obtidos para diminuir sua alavancagem. A CFO, Priscila Grecco, enfatizou que a intenção não é utilizar os proventos do Itaú Unibanco para continuar esse processo de redução de dívida. A holding está comprometida em manter uma prática de repasse integral dos proventos aos acionistas.
Crescimento dos proventos e perspectivas positivas
Nos nove primeiros meses deste ano, a Itaúsa pagou proventos 62% maiores do que o mesmo período em 2022, evidenciando o compromisso com os acionistas. Atualmente, o dividend yield da empresa está em 8,6%. Priscila Grecco expressou otimismo em relação ao portfólio, destacando a queda dos juros e a desalavancagem das empresas investidas como fatores positivos.
Desinvestimento na XP e redução da dívida
A venda da participação na XP foi direcionada principalmente para a desalavancagem da Itaúsa, que viu sua dívida bruta atingir R$ 8,5 bilhões em setembro do ano passado. Atualmente, a dívida está em torno de R$ 5 bilhões, refletindo o sucesso da estratégia de desinvestimento. A CEO da empresa afirma que a alienação da fatia remanescente da XP deixará a alavancagem em um patamar confortável.
Fim do JCP e impactos fiscais
A Itaúsa enfrenta um desafio fiscal ao receber juros sobre capital próprio (JCP), sendo penalizada com o pagamento de PIS/Cofins sobre o provento, gerando um custo anual significativo entre R$ 500 a R$ 600 milhões. A discussão em torno da possível extinção do JCP no contexto da reforma tributária é acompanhada de perto pela empresa. A CFO ressalta que a extinção do JCP sem compensações adequadas em termos de redução de alíquota de imposto seria negativa, pois poderia resultar em uma redução no lucro e na geração de caixa, especialmente para o Itaú Unibanco.
A Itaúsa mantém uma postura firme em relação à estratégia de repassar integralmente os proventos aos acionistas, mesmo após desinvestir na XP. A empresa busca manter um equilíbrio saudável entre a redução da dívida, o retorno aos acionistas e a eficiência fiscal. O cenário de juros em declínio e a continuidade da estratégia de desalavancagem sinalizam perspectivas positivas para a holding, que espera encerrar o ano com uma posição financeira mais confortável. Acompanhar as evoluções na reforma tributária e as decisões em relação ao JCP também permanece como uma preocupação estratégica para a Itaúsa.