Economistas destacam desaceleração suave na economia brasileira e alertam para queda nos investimentos
Consumo das famílias e setor externo impulsionam o PIB, mas taxa de investimentos atinge menor patamar desde 2020
O terceiro trimestre revelou uma desaceleração suave na economia brasileira, surpreendendo positivamente as projeções dos economistas. O PIB avançou 0,1% em relação ao trimestre anterior, contrariando expectativas de uma queda de 0,2%, conforme divulgado pelo IBGE. Enquanto o consumo das famílias e o desempenho no setor externo foram pontos positivos, os investimentos apresentaram preocupante retração. Neste artigo, analisaremos as principais observações dos economistas sobre o cenário econômico brasileiro.
Consumo e Setor Externo em Destaque
O crescimento de 1,1% no consumo das famílias foi destacado como um ponto positivo, impulsionado pela queda na inflação, mercado de trabalho aquecido, expansão da massa salarial e aumento do salário-mínimo. O setor de serviços também se destacou, registrando uma expansão de 0,6% no trimestre. Além disso, as exportações cresceram 3,0%, impulsionadas pela safra recorde de grãos e outros insumos agrícolas.
Investimentos e Desafios Econômicos
Apesar dos pontos positivos, os economistas alertam para a queda nos investimentos, que atingiram o menor patamar desde 2020. A Formação Bruta de Capital Fixo apresentou uma retração de 2,5%, indicando desafios no cenário econômico futuro. A taxa de investimento caiu para 16,6% do PIB, gerando preocupações sobre o crescimento sustentável.
Desempenho Setorial e Tendências
A dinâmica variada na economia reflete-se no desempenho setorial. Enquanto alguns setores, como serviços e indústria, surpreenderam positivamente, a agropecuária registrou uma queda de 3,3%, evidenciando a dissipação do crescimento do setor. Os investimentos mais baixos podem impactar o crescimento econômico futuro, especialmente na construção e na produção de bens de capital.
Perspectivas para o Próximo Trimestre
As projeções para o quarto trimestre sugerem um menor crescimento, influenciado pela redução dos estímulos do governo. A desaceleração do consumo das famílias é esperada, mas fatores como o mercado de trabalho aquecido podem amenizar o resultado mais fraco. No entanto, os economistas alertam para a necessidade de retomada dos investimentos para sustentar o crescimento futuro sem comprometer a estabilidade monetária.
Apesar das surpresas positivas no terceiro trimestre, a economia brasileira enfrenta desafios, especialmente na área de investimentos. A desaceleração suave destaca a resiliência de setores como serviços e consumo das famílias, mas a atenção deve se voltar para a necessidade de impulsionar os investimentos para garantir um crescimento sustentável.